recentemente vi uma exposição de fotografias no ateliê da imagem com este mesmo título: "
acúmulos".
em sua primeira exposição individual a fotógrafa
Isabel Löfgren apresenta uma série de trabalhos digitais gerados automaticamente por softwares de manipulação de imagens na construção de mosaicos. tendo inspiração na "
instruction art" dos artistas conceituais dos anos 70, a fotógrafa se apropria, através da internet, de imagens fotográficas de diversos autores, que são processadas por um software de criação automática de mosaicos. as fotografias escolhidas para esta exposição apresentam multidões, passeatas, edifícios de grandes cidades e operadores de bolsas de valores, entre outras.
achei estranho. o trabalho fala acima de tudo, creio eu, da relação artista-obra. as micro imagens que compõem o trabalho são "pescadas" aleatoriamente pelo google em função de algum critério de busca. (o resultado é um pouco com aquele cartaz do "the truma show" lembram-se?)
até as imagens de base são apropriações e não fotografias autorais da Isabel. ( e se fossem, isso tornaria o trabalho mais interessante?)
a questão do acúmulo da produção artística tem me interessado bastante nesses últimos dias.
vale à pena dar uma olhada no trabalho do francês
Arman, o artista do acúmulo por excelência.
http://www.arman-studio.com/muitos já se utilizaram da questão do acúmulo com estrátegia de linguagem visual. realmente, o excesso por si só já é impactante. para Duchamp, é aquilo capaz de "transformar objeto em matéria", e daí as possibilidades são múltiplas, objeto construído transforma-se em matéria construtiva.
abordar o acúmulo tão-somente ele, no entanto, me parece hoje algo um tanto quanto vazio. (vide lençóis e ventiladores)
(quem viu ou leu a notinha sobre o trabalho de
Raul Mourão, "lula de pelúcia"? o que acharam?
http://www.lurixs.com/artista.php?obraDestaque=181&codArtista=1 )
ma--> acho a "comme des garçons" realmente incrível. desbanca totalmente essa idéia de que "moda não pensa". aplausos.