8/27/2006

resíduo


de tudo fica um pouco. fica o medo além do olhar vacilante, fica o choro comprimido, fica o vidro de aspirina na janela e fica a tolha molhada no chão.

fica a insondável vontade de você, até que ela se transforma em vontade dele, dele que lembrava você. então eu, que interpretei a sua, hesito em interpretar a dele, ele se transforma em você, você sai de cena. ela entra, assim, assustadora, ela é a sua. ah! o insuportável mal cheiro da memória... procuro em teus olhos algo que te denuncie, olhos negros que parecem os dele! eu falo como ela, você me confunde, eu te odeio, você segura meus braços, eu me divido em quatro, em oito, em dezesseis... mas de tudo, terrível, fica um pouco, no seu cheiro, fica um nó no meu espírito e outro no meu cabelo, uma carta desviada, re-endereçada, um poema revisto, é isso o amor? os seus fantasmas fazem teatro de sombras, ah, o ciúme consome e apavora; vem logo, vem enquanto há tempo. somos todos substitutos uns dos outros.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

é nina...

2:07 PM  
Anonymous Anônimo said...

boa menina.

2:23 PM  
Anonymous Anônimo said...

putz.. q sera q esteve passando na sua cabecinha nesses ultimas semanas nas quias nao nos vimos...
belo, menina
bjj

5:44 PM  
Anonymous Anônimo said...

punk rock

10:23 PM  
Blogger Clarice said...

é, sempre fica alguma coisa, não vou citar ninguém. conviver com essa presença (ou pior, essa ausência)? como com todo mundo...

12:59 AM  

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