7/11/2005

(Deixando um pouco de lado a lamentável crise política brasileira e tentando emitir sons sobre o circuito cultural carioca do fim de semana.)

Henry Moore

É difícil descrever o trabalho do inglês Henry Moore. "Impecável" talvez seja a palavra mais apropriada para o artista, cujo talento impressiona pela diversidade e riqueza técnica. Algumas de suas obras, que vão desde gravuras delicadíssimas até monumentais esculturas, estão atualmente expostas no Paço Imperial.
O local, no entanto, não foi a melhor escolha para receber a retrospectiva. A maioria das grandes esculturas se encontra num dos salões do térreo, que é relativamente pequeno. Devido ao tamanho das obras de Moore e à necessidade de se contornar as esculturas para apreciá-las em seus mútiplos ângulos, a montagem da exposição tornou-se um tanto quanto limitativa ao expectador.
O trabalho de Henry Moore é essencialmente arrebatador. O primeiro contato com suas gigantescas esculturas causa um estranho desconcerto mas ao mesmo tempo conecta imediatamente o expectador à obra. Moore desenvolve uma espécie de "abstracionismo orgânico" , as formas obtidas parecem pulsar de uma energia viva em seu interior. Apesar de sua monumentalidade, as esculturas têm movimento e graça, impõem-se de maneira envolvente e comunicam-se na mais clara das línguas.
A pesquisa do artista é muito profunda, indo desde pequenos esboços a gravuras extremamente trabalhosas. Muitas de suas idéias partem da simples observação da realidade, o que é visto nos muitos desenhos de figuras reclinadas e cenas intimistas. Isso nos leva diretamente à discussão sobre a necessidade de se desenvolver o vigor técnico para que depois um trabalho pessoal e verdadeiramente original possa florescer.

Espero os comentários de Ju e Marina, que também estiveram na exposição.

1 Comments:

Blogger Cia. dos Grampos Pretos said...

muito bem garota, desenvolveu clara e expressivamente nossos reais sentimento. sem mais palavras...

10:00 PM  

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