5/04/2005

teoricamente estou dormindo

Não consigo dormir e já tentei de tudo. Inclusive a resolução do segundo exame de qualificação da UERJ de 2004, que costumava ser um método infalível para trazer-me o sono. Agora sou uma insone dotada do frutífero conhecimento de que a expansão do processo de privatizações, em escala global, como parte das políticas neoliberais, é decorrente da relação entre a expansão dos conglomerados internacionais e a desregulamentação econômica, embora ainda acredite que seja devido à falência das empresas estatais e endividamento do Estado, mas isso sem dúvida é fruto da minha orientação ortodoxa. (Ficou confuso, leitores, não era a intenção).
Agora estou a fumar cigarros.
Já tive uma profunda crise de choro, à la eu-não-sei-o-que-quero-fazer-da-minha-vida e I guess i have to fit in. Sem mais delongas. Isse assunto é chato e não cabe.

Minhas muy amigas estão todas satisfeitas com a vida, presumo. A sua ausência neste veículo de comunicação em massa (mentira) só comprova esta minha tese (verdade). Fico imaginando que o que se passa com a Marina, perdida bem no meio de uma Old-MacDonald-had-a-farm e com mínimo acesso a esse site. Engano-me, provavelmente; entre prom queens e tacos de baseball, ela deve estar fazendo compras numa imitação pálida da Blommindale´s. Ih-ah-ih-ya-yo.

As meninas, they all have excuses. Mas como eu, teoricamente a atarefada de plantão, consigo consumir meu tempo nesse veículo de comunicação em massa (mentira)?

Infelizmente, isso me traz de volta ao eu-não-sei-o-que-eu-quero-fazer-da-minha-vida. I´m sorry, darlings, mas estou monotemática hoje. Depois de um telefonema estapafúrdio com a minha mãe que quase(verdade) me fez explodir numa nuvem de enxofre, fiquei desabaratinada. Inesgotável a capacidade que os pais têm de nos tirar do sério, irritando-nos de forma exponencial (sim, meninas! minha metáforas estão cada dia mais pobres e eu de fato uso termos de cálculo para compô-las).
Ai ai.

Me perdi.

O que mesmo eu estava falando?

Bem, fiquei novamente c-h-o-c-a-d-a com o fato do professor Hélio saber meu nome. Isso sempre me perturba, pois acredito nunca ter nem lhe dirigido a palavra durante as aulas.

Mas não era isso.

Ah lembrei (caimbras, caimbras)!

Eu desliguei na cara dela. É um saco. Ultimamente eu não tenho tido verdadeiramente com quem falar sobre essas vãs angústias que me acomentem diariamente, a não ser este veículo de comunicação em massa (mentira, mas que triste mentira). Daí ela me liga, pergunta "tudo bem" e em seguida deságuo uma cascata de suspiros-lamentações-indignações e lamúrias. Muy lamuriosa, eu. E ela "Minha filha! Você é brilhante, sempre foi brilhante, sempre se saiu bem". E eu "Numa cidade de medíocres, impulsionada pela paixão". E ela "Minha filha, talvez você não tenha nascido para o senta-bunda-estuda." E eu "Mas é o único curso para mim, mas estou tão infeliz".

Ai, que embrolho. Não aguento mais esse papo. Anda, anda e não vai a lugar nenhum. Não sei o que amo, o que me me empolga. Aliás, nada me empolga. Tudo é comme-si-comme-ça, je ne sais quai, bof. Sou uma pessoas absolutamente blazé. Nada me anima, nem meninos nem meninas. Não tenho sede de viver, oh, vou me enforcar com a fivela do cinto.

Melhor tocar um Tango Argentino.