Nina for Sale

Difícil, muy difícil dizer das minhas inquietudes.
Eu sempre fui do tipo que não vive no presente, que está sempre alheia, perdida em devaneios. Acho que foram os filmes, filmes demais.

(lembrar de controlar estritamente o cinema da minha filha).

Então eu criei essa dimensão, essa terra imaginária onde eu fiz as maiores peripécias. E agora, quando a realidade tangencia o meu mundinho, tudo me é muito desinteressante.

Daí eu pergunto, se nós fôssemos capazes de prever o futuro,

de saber o que aconteceria se atravessasse aquela rua, beijasse aquele menino, ligasse para aquela pessoa,

seríamos capazes de dar o primeiro passo?

Mas...

Por regressão infinita, existe destino.
A realidade é um sistema aberto, cujas infinitas variáveis já determinaram,
[a mim e a você]

e, logo,

não existe tempo nem escolha.

E, por isso, não precisa ter medo, menininha.

foda-se

O White Album é mesmo o melhor.

(Tem tanta coisa interessante no mundo, menininha, que chorar de medo é mesmo uma bobagem...)


(Nina!)